quinta-feira, 4 de junho de 2009

TWITTER X JORNALISMO ONLINE


Raquel Recuero - Especialista em redes sociais



Texto: Iolanda Vieira / Jáfia Souza (5º período) - Jornalismo Digital



Há alguns meses, a mídia tradicional de massa vem divulgando notícias sobre redes sociais e a penetração dessas no cotidiano dos usuários. Uma delas, o Twitter, vem crescendo bastante no Brasil, e gera uma dúvida: será que esse tipo de rede servirá como fonte jornalística no futuro? Entrevistamos Raquel Recuero, jornalista formada há 11 anos pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), professora e doutora em Comunicação e Informação pela UCPel e pesquisadora do Programa de Pós Graduação em Linguística. Raquel acaba de lançar um livro chamado 'Redes Sociais na Internet', fruto de sua tese de doutorado. Suas áreas de interesse são redes sociais e comunidades virtuais na internet, conversação e fluxos de informação e capital social no ciberespaço e no jornalismo digital.

JILÓ- Qual é a importância das redes sociais para os jornalistas?

RAQUEL RECUERO- Acho que é grande, pois essas redes podem prover feedback, fontes e comentários para as notícias divulgadas pelos jornalistas.



"Acho que o Twitter é um espaço onde muita gente fala e é possível encontrar informações de qualidade"



JILÓ- Você acha que o Twitter é um apoio aos jornais online ou um “concorrente”? Como divulgado em seu blog, durante uma chuva em Salvador esse tipo de rede social acabou afogando a mídia tradicional.

R.R.- Acho que é uma ferramenta que pode ser usada pelo jornalismo. O problema todo é que o jornalismo tradicional ainda não se adaptou bem a um mundo onde a informação corre muito mais rápido e atinge rapidamente pontos distantes da rede pelos próprios atores. É preciso começar a pensar sobre isso.



JILÓ- No seu artigo "Sobre o Jornalismo Online e as Redes Sociais”, você afirma que o jornalista precisa aprender a lidar com as redes sociais. De acordo com o seu conhecimento, como essa "adaptação" mudaria a produção de notícias no jornalismo online?

R.R.- O jornalista precisa compreender como a internet é uma plataforma de difusão de informações e como essas informações são difundidas. Assim, saber como usar essas redes como fontes, como complemento para as notícias e, sobretudo, aprender também que está perdendo o monopólio da novidade. Mas eu creio que tem muito futuro para o jornalismo na questão da credibilidade, pois nem toda a informação que circula nas redes é verdadeira.



"O problema todo é que o jornalismo tradicional ainda não se adaptou bem a um mundo onde a informação corre muito mais rápido e atinge rapidamente pontos distantes da rede pelos próprios atores"


JILÓ- Alguns telejornais do Brasil já possuem conta no Twitter e utilizam a rede para divulgar as últimas notícias. Você acredita que, no futuro, os jornais online da grande mídia perderão leitores para o Twitter?


R.R.- Não. Acho que o Twitter é um espaço onde muita gente fala e é possível encontrar informações de qualidade. Mas nem todas o são. Eu sigo vários jornais e jornalistas e também foco muito neles quando é preciso confirmar uma informação ou ver os dois lados daquilo que está sendo passado.

JILÓ- O Twitter é uma ferramenta usada especialmente para o uso informacional. Segundo o seu artigo Pesquisa sobre o Twitter III - Credibilidade e Difusão de Informação, a rede possui um alto grau de credibilidade em relação às informações que são postadas. Além disso, os dados apontam qualidade e instantaneidade das informações publicadas. Esses aspectos podem ser atribuídos a quê?

R.R.- Principalmente, penso, à qualidade das informações publicadas e à reverberação dessas informações na própria rede.

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