quinta-feira, 11 de junho de 2009

TRABALHO AV2 DE ROSANA VITORIANO E JULIANA PESTANA


Por Rosana Vitoriano e Juliana Pestana


A conexão entre o passado e o futuro do profissional de Comunicação


Ricardo Mazzella é professor da Universidade Estácio de Sá, formado em comunicação social pela Universidade Gama Filho. Em 32 anos de profissão, começou como repórter esportivo na TV TUPI. Hoje é locutor e apresentador do Programa Esportvisão da TV Brasil.



Relatório: O nosso encontro com o professor Ricardo Mazzella, foi no Campus Madureira e discutimos sobre o passado e o futuro do profissional de comunicação. Ele nos contou um pouco sobre a sua jornada de estudante de Jornalismo na Universidade Gama Filho até o reconhecimento de ser hoje um profissional renomado no mercado de Trabalho, com experências na área de rádio, televisão e redações de Jornais conhecidos.


Rosana e Juliana: O que uma pessoa precisava para trabalhar com Jornalismo? E como era o dia-a-dia do profissional?
RM: Quando eu comecei o grau de exigência era muito menor, comecei a trabalhar sem ter me formado, em 1977. Só fui me formar em 1980 pela Universidade Gama Filho. O que você tinha que fazer para entrar no mercado de trabalho era saber basicamente o inglês. Além de claro ter um bom texto, e conhecimento cultural. O grau de exigência era muito menor e os recursos técnicos eram quase nenhum, hoje você tem o telefone e internet que ajudam na hora da apuração e no dia-a-dia do profissional. Eu tive naquele momento o conhecimento necessário para entrar no mercado de trabalho e a oportunidade de alguém me inserir. Hoje, o grau de exigência é muito maior, as coisas evoluíram. As oportunidades são maiores assim como a exigência.
“Hoje o grau de exigência é muito maior, as coisas evoluíram. As oportunidades são maiores assim como a exigência.”
Rosana e Juliana: Como você vê o surgimento dessas novas mídias, principalmente a internet?
RM: As novas mídias proporcionam maior interatividade. Como eu sempre digo aos meus alunos, a tendência é a convergência das mídias. O profissional, para se manter atualizado no mercado de trabalho tem que ser multimídia, ou seja, saber de tudo um pouco. A Internet está crescendo e ganhando corpo, com a facilidade e velocidade de acesso, todos os projetos de mídia on-line tendem a crescer. E isso é muito bom, porque gera mais empregos.

“Como eu sempre digo aos meus alunos, a tendência é a convergência das mídias.”

Rosana e Juliana: Qual a importância da Universidade na formação do profissional de comunicação?
RM: Na minha época isso não importava muito. Você não precisava do diploma para trabalhar na área. Hoje em dia é obrigado ser formado para ser contratado. Quanto mais especializado mais chances você tem de entrar no mercado. O aluno tem que entender que a Universidade é importante para debater e enriquecer. É a oportunidade que eles têm de conhecer melhor os caminhos da profissão. Eu vejo que são poucos os alunos interessados, em contrapartida são poucos os alunos que entrarão no mercado de trabalho.

“Quanto mais especializado mais chances você tem de entrar no mercado”.

Rosana e Juliana: O que acha do Jornalismo participativo, como por exemplo, o EU REPÓRTER (O Globo):
RM: Eu não gosto muito desses meios que se formam núcleos de Jornalismo, sem serem de fato jornalistas formados. Hoje em dia, todo cidadão que tenha uma câmera digital, um celular ou MP3, já pode se considerar um jornalista e escrever matérias? Não concordo, pois a faculdade de Jornalismo serve para formar e capacitar o profissional, e isso envolve muito estudo, esforço e prática.
“Hoje em dia, todo cidadão que tenha uma câmera digital, um celular ou MP3, já pode se considerar um jornalista e escrever matérias?”

Rosana e Juliana: Se a faculdade é importante para o aluno de comunicação, o que você acha desses novos meios de ensino, como por exemplo: aulas on-line e tele-transmitida, que fazem parte da grade curricular do aluno?
RM: Eu acho horrível, eu não gosto. Se fosse uma conferência, um congresso, que é uma vez só, bacana, legal. Agora na aula você tem que tirar a dúvida do aluno. Acaba tirando o emprego do professor. A novidade no Brasil é o ensino à distância, só que é muito falho. Em sala de aula, surgem mais dúvidas, o aproveitamento é melhor e a aula rende mais. Fazer um evento uma vez ou outra nesse estilo é até válido, mas fazer disso uma rotina é um absurdo.

“A novidade no Brasil é o ensino à distância, só que é muito falho. Em sala de aula, surgem mais dúvidas, o aproveitamento é melhor e a aula rende mais.”

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