sexta-feira, 12 de junho de 2009

O DESTINO DO JORNALISMO



Por Daniele Azevedo e Ursula Machado



Os meios de comunicação estão em uma constante evolução. Cada vez que surge um novo método de tecnologia para transmitir informação ao público, já imaginamos que quando outra inovação surgir, aquela não terá mais tanta evidência. Essa engrenagem flui de forma tão rápida que se torna complicado, tanto para o jornalista quanto para o leitor, acompanharem a linguagem dos recursos digitais. Qual será o futuro do jornalismo em meio a tantas mudanças? Entrevistamos o jornalista esportivo Francisco Aiello para opinar sobre o verdadeiro rumo do profissional de comunicação e esclarecer como o jornalismo pode se unir à tecnologia sem prejuízos.

Francisco Aiello é jornalista, comentarista esportivo, atuou como repórter da TV Bandeirantes e também no jornalismo on-line no site do Fluminense. Aiello deixou o Sistema Globo de Rádio para atuar na comunicação do time tricolor das Laranjeiras. Com vasta experiência na área de jornalismo esportivo, ele já cobriu as Copas do Mundo de 94 e 98. Esteve presente também nas Copas Américas de 95, 97 e 2007.



Daniele e Úrsula: Qual será o possível destino do jornalismo com todo o aparato da modernidade?

Francisco Aiello: A modernidade é inevitável. Então, o jornalista precisa saber conviver com ela. O jornalismo tende a ser cada vez mais rápido. As notícias hoje, graças a alguns veículos (entre eles a Internet), se espalham em minutos pelo mundo.

Daniele e Úrsula: Quais são as consequências do mercado digital para o jornalismo?
FA:
O mercado digital, para mim, ainda está engatinhando em termos de formato e conteúdo. Ele ainda vai aprender a andar e, depois que começar a correr, pode-se dizer que ele terá uma vida própria e com a consistência que jornal, rádio e TV têm nos dias de hoje. Até lá, muita experiência ainda será feita.

“Não se pode correr o risco de se dar uma notícia rapidamente sem que ela tenha sido muito bem apurada”.

Daniele e Úrsula: Como o profissional pode se preparar para exercer a multiplicidade de funções?
FA:
Cada vez mais o mercado de trabalho exige um profissional que saiba desempenhar várias funções. Isso também tem a ver com a questão financeira das empresas. Para ter o mínimo de sucesso, o profissional deve se preparar o mais rápido possível. Quanto mais cedo ele tiver contato com o mercado, melhor será para ele.

Daniele e Úrsula: Com todo o advento da tecnologia, o desemprego é uma tendência?
FA:
Para mim, tecnologia não é sinônimo de desemprego e, sim, de transformação. Na verdade, o profissional terá que se capacitar para realizar outras tarefas que até então para ele eram desconhecidas. Lembro que a máquina só funciona porque o Homem pensou e trabalhou para que ela funcionasse.

Daniele e Úrsula: Com a chegada da
TV digital a aplicação da profissão de jornalista pode mudar muito?
FA:
Repito o que disse antes: toda novidade gera transformação. O profissional precisa estar apto para acompanhar e conviver com as novas tecnologias.

Daniele e Úrsula: A função do jornalista é transformar a informação em notícia acessível para o público. Com as novas tecnologias é notória a instantaneidade da divulgação dos fatos. Isso é um prejuízo para o jornalismo ou um fator que contribui para os profissionais da área?
FA:
O imediatismo na informação precisa ser visto com cuidado. Não se pode correr o risco de se dar uma notícia rapidamente sem que ela tenha sido muito bem apurada. O furo e a barriga caminham muito próximos no jornalismo. Se você errar a mão, ou será um herói (por causa do furo), ou um vilão (por causa da barriga).

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